O “Batalhão da Paz”, grupo de bacamarteiros fundado há poucos anos na cidade de João Alfredo, mais uma vez tomou as ruas da “cidade feliz”, durante toda a tarde de ontem (24), varando o começo da noite, com exibições que misturaram habilidades nos manejos dos “riúnas” e preservação da cultura nordestina. O “batalhão”, comandado pelo folclorista Eliathah Cordeiro, paradoxalmente diretor municipal do Meio Ambiente, atraiu todas as atenções por onde passava, com os integrantes vestidos à caráter, munidos com suas armas. Eliathah, com o seu característico estilo militar, ditava as ordens que eram acatadas pelos “subordinados”, numa alegria contagiante.
O desfile se iniciou na área externa do Ginásio Poliesportivo Djair Santos e percorreu todos os quadrantes da cidade, findando no Alto do Cruzeiro, quando os bacamarteiros promoveram uma confraternização. Nenhum incidente foi registrado. Dentre os integrantes, destaque para vários idosos e duas jovens, estas últimas consideradas atrações à parte, pois o uso dos bacamartes não desperta muito interesse nas mulheres.
“Bacamarte” é uma arma de fogo, de cano curto e largo, também conhecida como granadeira, reiuna, reúna ou riúna, principalmente no Nordeste brasileiro. As granadeiras ou bacamartes que serviram na Guerra do Paraguai, em 1865, foram modificadas para que as armas se adaptassem ao uso dos bacamarteiros nas festas do interior de Pernambuco. Desde os fins do século 18, grupos de bacamarteiros se exibem em Caruaru durante as festas juninas, depois se espalhando pelo restante do interior pernambucano.
Blog Dimas Santos
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